Madre de Deus – Igreja Matriz.
Igreja
Madre de Deus ou Igreja Matriz – Construção do século XVIII, em estilo
Barroco. Segundo Antônio Raiol, foi erguida pelo trabalho das mãos indígenas e
mãos negras africanas escravizadas.
Tombada pelo IPHAN em 1954.
Em 1730, o padre José Lopes, provincial da Companhia, conseguiu permissão para reunir em uma casa oito missionários porque Vigia se tornou o segundo polo mais importante da catequese jesuítica. Era na residência construída pelos religiosos que funcionavam as aulas de Latim e Filosofia, aos moradores da vila. Em 1732, foi obtida a permissão régia para estabelecer o Colégio da Mãe de Deus e dois anos depois, em 1734, os jesuítas lançaram os primeiros alicerces do Templo de Nossa Senhora de Nazareth, no terreno concedido pela Câmara Municipal. A construção se deu com mão-de-obra dos índios das missões na sua maioria e africana em pequena quantidade. Após a construção do Templo, as aulas passaram a serem realizadas no Colégio. (RAIOL, 1970).
Assim, a Igreja Madre de Deus tornou-se o segundo marco mais importante do trabalho jesuítico na Amazônia, depois do Colégio de Santo Alexandre, em Belém.
A Igreja, consagrada à Mãe de Deus, se destaca por ser um exemplar do estilo Barroco Jesuítico, denominação dada a todas as criações da arte religiosa dos séculos XVII E XVIII, no Brasil.
A Igreja apresenta alvenaria de pedra, estrutura do telhado em madeira de lei, cobertura com telha de barro, frontispício formado por um corpo central e duas torres com campanários compostos por três torres sineiras de arco de meio ponto, encimadas por cornijas em que se destacam elementos decorativos. O corpo central é marcado pelo frontão que é composto de volutas simétricas.
As fachadas laterais são compostas por 12 (doze) colunas de estilo toscana, a sustentar a estrutura da cobertura das varandas laterais. As paredes da capela-mor, adjacentes ao arco do cruzeiro, apresentam quatro envasaduras em arco abatido
O piso da capela mor é do mesmo nível do piso da nave, já tendo sofrido intervenção no seu revestimento. No acesso para o altar, encontram-se três degraus em semicírculo, definindo um patamar elevado, o forro é de madeira, formando uma rosácea no centro com envasaduras protegidas por treliças em vários formatos.
Por sua importância histórica, e tanta riqueza de detalhes é que a Igreja da Madre de Deus foi considerada patrimônio da cultura nacional, tendo sido tombada com a denominação Igreja de Nossa Senhora da Madre de Deus, em 14 de dezembro de 1954, inscrita no Livro de Belas Artes, folha 80, nº 424.
Fotos: Stefanny Luz
Referências Bibliográficas: Raiol, Antônio Motins políticos, José Ildone e Noções de história de Vigia.
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